Mistureba e Gororoba - Quadragésima Quinta Edição.
Sr. Sherlock Holmes (Mr. Holmes - 2015) - com Ian McKellen.
Nonagenário, vive Sherlock Holmes (Ian McKellen), na companhia da governanta, Mrs. Munro (Laura Linney) e do filho dela, Roger Munro (Milo Parker), menino de oito anos, em um recanto aprazível do litoral da Inglaterra. Estamos em algum ano logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Auxiliado pelo pequeno Roger Munro, Sherlock Holmes ocupa-se com o seu apiário. Valetudinário, revela o maior detetive da Inglaterra deficiências de memórias. E sofre. Sofre o mais famoso personagem saído da imaginação de Sir Arthur Conan Doyle.
Instigado pelo filho de sua governanta, o eterno Sherlock Holmes empreende, através do tempo, para o passado, uma viagem errática, à procura de respostas para as perguntas que seu inocente companheiro lhe fazia, perguntas que o forçou a trazer, sob muito sofrimento, à tona um triste capítulo de sua vida, do qual ele pouco recordava. Aos poucos, os fragmentos de reminiscência que encontra nos escaninhos de sua mente de idoso alquebrado pela idade, mas que ainda conserva intacto o talento que lhe fez a fama universal, permitem-lhe reconstituir, encaixando-os uns nos outros, o episódio, cuja recordação muito o amargurou. Tratava-se de um caso envolvendo Thomas Kelmot (Patrick Kennedy), que o contratara para estudar o comportamento inusitado de Ann Kelmot (Hattie Morahan), sua esposa, que sofria devido à morte de seus filhos. Tal caso, sucedido trinta anos antes e cujo encerramento, trágico, muito o perturbou, fez Sherlock Holmes abandonar a profissão que lhe deu a fama e recolher-se à sua aprazível residência.
Nesse entremeio, vem a se recordar o detetive de Tamiki Umezaki (Hiroyuki Sanada), com quem se encontrara não muito tempo após o bombardeio de Hiroshima.
Paralelo à investigação de seu longínquo passado, sob esforço indescritível e doloroso, ele, um idoso que transparecia sinais de senilidade, Sherlock Holmes estuda as propriedades regenerativas da geléia real e de uma substância extraída da planta acerca da qual Tamiki Umezaki lhe falara.
Enfrenta o detetive mais famoso de todos os tempos percalços dramáticos, que ele supera não sem sofrimento, seus lapsos de memória a constrangê-lo de tempos em tempos e dos quais ele tem plena consciência. Durante esta que é a maior de suas aventura, revela de sua personalidade traços até então ignorados por ele mesmo. E ensina-lhe a experiência que a lógica, que ele tanto enaltecia, que lhe era infalível nas investigações, um instrumento que lhe era indispensável, não responde a todas as questões humanas. O trágico fim da personagem que ele suspeitava haver ajudado ensinou-o a ver o mundo e as pessoas e a si mesmo com outros olhos.
É ótimo este filme dirigido por Bill Condon, com roteiro de Jeffrey Hatcher, adaptado de A Slight Trick of the Mind, livro de Mitch Cullin, uma trama envolvente, simples, de narrativa lenta, bem cuidada, bem desenvolvida. Mais do que uma investigação policial, é a dramática aventura de um homem em busca de seu tempo perdido.
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Pobres Liberais! – de Arthur Azevedo.
É este conto de Arthur Azevedo divertidíssimo. Uma comédia impagável de um mestre do humor brasileiro. No tempo do império, como o narrador salienta, um presidente de província, o Doutor Francelino Lopes, em excursão pelo interior, em visita à certa cidade, é recepcionado com pompa e luxo pelos munícipes e potentados locais, que em sua homenagem executam o Hino Nacional num ritmo que não lhe era apropriado à seriedade e tampouco a nobreza do homenageado. Enfim, converteu o povo a visita do Doutor Francelino Lopes em uma festa barulhenta, espalhafatosa. Serviram ao visitante banquete suntuoso repleto de delícias capazes de satisfazer o mais exigente dos paladares. Promoveram um baile durante cujo desenrolar o doutor Francelino Lopes dançou com a Baronesa de Santana, esposa de um rico fazendeiro, chefe do partido proeminente na cidade, e após cujo encerramento ele se recolheu ao quarto a ele destinado onde lhe entregou o bacharel Pinheiro um exemplar de A Opinião Pública, jornal do partido conservador, em cujo corpo constava uma biografia do Doutor Francelino Lopes. Saídos todos do quarto, encontrando-se, neste, só, o Doutor Francelino Lopes pôs-se a ler a matéria, que trazia um retrato seu xilografado, no periódico que à mão lhe pusera o bacharel, até o instante em que uma força da natureza, indomável, invencível, fê-lo interromper a leitura e procurar uma vasilha para cujo interior poderia descarregar o que lhe incomodava as vísceras a ponto de desesperá-lo. E foi à procura de um receptáculo para a carga que lhe feria o intestino. Não a encontrou em nenhum lugar daquele compartimento da casa. Aventou a vontade de solicitar aos seus hospitaleiros e solícitos anfitriões uma vasilha; todavia, tão logo se lhe aflorou tal idéia à mente, abandonou-a. Seria constrangedor um homem de sua posição recorrer à tal artifício. Em seu desespero, decidiu, então, abrir, no chão, o A Opinião Pública, sobre o qual despejaria a matéria que seu organismo acumulara. E assim fez. Obrou, como se diz. Concluída a obra, embrulhando-a com o A Opinião Pública, arremessou-a, pela janela, à rua, e foi, de consciência limpa, banhar-se. Em seguida, dormiu. E o seu sono foi encerrado, de manhã, por turbamulta promovida por uma pequena multidão de pessoas indignadas, dentre elas o bacharel Pinheiro. E foi ver o que ocorria: Haviam encontrado o exemplar de A Opinião Pública, no estado imundo em que o presidente da província, forçado por invencível força da natureza, o deixara.
As linhas que encerram o conto são de humor irresistível.
Toda a cena dos apuros em que o presidente da província (província cujo nome não é mencionado pelo narrador) se viu está num vocabulário discreto, educado, que empresta à narrativa comicidade impagável. Fosse Arthur Azevedo escritor desprovido de talento literário, e narrasse o drama de Francelino Lopes com um vocabulário explícito, o conto perderia o seu – vou assim dizer – charme.
É este conto imperdível.
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Hoje em dia é tola, irrealista, toda pessoa que, ao narrar suas experiências, não reproduz o discurso politicamente correto e cuja visão-de-mundo não corresponde aos slogans esquerdistas, e intolerante e preconceituosa se não se dispõe a acolher como verdadeiros tanto aqueles quanto estes. Se uma mulher, casada à quarenta anos, diz que seu marido é gentil e amável, que nunca a agrediu, tampouco ameaçou-a com uma agressão, e jamais lhe levantou a voz, os esquerdistas, progressistas, além de reprová-la, dizem, usando de artifícios os mais reprováveis, que ela, já dominada pela ideologia patriarcal, sendo submissa, portanto, ao marido, não percebe que ele a oprime, não com a violência física, mas com a psicológica, usando da gentileza e da amabilidade como armas para a submeter as vontades dele, pois todos os homens, machistas por natureza, desprezam as mulheres e fazem da família uma prisão para elas. Se um homem negro de trinta anos, diz que jamais foi desrespeitado por pessoas brancas; que nunca foi, devido à cor de sua pele, preterido num emprego em favor de um homem branco; que, na juventude, namorou uma jovem branca e loira e de olhos azuis cuja família o tratou com respeito e carinho, os esquerdistas, politicamente corretos, progressistas, além de repreendê-lo, lhe dizem que ele, ingênuo, não atentou para os olhares enviesados que os homens brancos lhe desferem, olhares de desprezo, pois ele, desprovido de argúcia, também desconhece o racismo sutil, que não se revela em ações explícitas, mas em gestos quase imperceptíveis, como um olhar de desconfiança, um mover involuntário de lábios e de músculos faciais, e outros sinais que os homens brancos, todos racistas, e desde a concepção, manifestam e os quais em vão esforçam-se por ocultar. Os progressistas, esquerdistas, querem forçar todas as pessoas a, além de lhes acolher, mecânica e automaticamente, os slogans politicamente corretos, negar a realidade, com o propósito de enlouquecê-las, não é exagero dizer, para que elas vivam na loucura em que eles vivem.
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Muita gente detecta um problema, mas não identifica a causa dele, e tampouco quem a financiou; ou identifica tanto a causa quanto o seu financiador, mas faz que os desconhece porque tal conhecimento não a agrada. Na área da educação brasileira, tal gente não associa, ou por ignorância, ou por simulação de ignorância, os problemas vigentes com os métodos educacionais implementados nas últimas três décadas e tampouco com os Ministros da Educação dos governos socialistas que mandaram e desmandaram no Brasil neste mesmo período.
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É o nazismo de direita ou de esquerda? Da falácia e dos frágeis argumento dos esquerdistas.
Na discussão acerca da classificação do nazismo (e do fascismo) no espectro político (se é de direita, se de esquerda), os argumentos dos que o põem na esquerda, ou centro-esquerda, são mais consistentes do que os dos esquerda, que o põem na direita. Estes, os dá esquerda, ao contrário dos que não comungam do esquerdismo, jamais apresentam as políticas do nazismo (e do fascismo), as da direita, e tampouco apontam as identidades entre elas, e usam, para sustentar sua tese (e não admitem uma antítese), de raciocínios inválidos, que partem de falsas premissas, entendendo que o antagonismo entre dois grupos políticos faz deles, obrigatoriamente, propugnadores de ideologias diametralmente opostas, não lhes passando pela cabeça que talvez se trate de uma dissensão entre dois grupos de um único movimento ideológico. O argumento clássico dos da esquerda é este: na Segunda Guerra Mundial, a União Soviética, comunista, lutou contra a Alemanha, de Hitler, nazista; sendo de esquerda o comunismo, então o nazismo é de direita. Raciocínio inválido, pois não compara as políticas dos comunistas com as dos nazistas. Historiadores, os sérios, por sua vez, declaram que nazismo e comunismo são herdeiros do pensamento marxista, da mentalidade revolucionária, de heresias anti-cristãs. Outro recurso ao qual os da esquerda, no seu vão esforço de impor sua narrativa, apelam é a falácia da autoridade: escoram-se no nome de algum historiador, no de representante do governo alemão. Ou, então, esperneiam e esgoelam-se, para ganhar a discussão no grito.
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O inferno socialista.
Os socialistas, que se acreditam os seres mais abnegados do universo, detentores do poder de criar, na Terra, o paraíso, odeiam todos aqueles que não lhes subscrevem as palavras e, reverentes, e submissos e servis, não lhes beijam os pés. Entendendo-os como obstáculos à concretização do paraíso socialista (que, sabe-se, é um inferno) querem removê-los, e à força, matando-os, em nome do ideal socialista, se necessário. Fidel Castro, Josef Stálin, Mao Dze-dong, Nicolás Maduro, Pol Pot e Che Guevara não me deixam mentir.
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Os esquerdistas querem escrever e reescrever a história ao seu bel prazer. E exigem de todos submissão. Não admitem contestações, nem mesmo a que, nascendo de um estudo sério, aponte-lhes a inconsistência do discurso, as adulterações propositais que eles promovem da história, e estas não são incomuns.
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1964 - o Brasil entre armas e livros.
Assisti ao documentário '1964 - o Brasil entre armas e livros' produzido pelo Brasil Paralelo. É ótimo. Bem documentado. Ao contrário do que dizem seus críticos, não louva os militares e tampouco justifica o assim chamado golpe de 64; exibe, contextualizada a história do Brasil naquele período na história mundial, o protagonismo do povo brasileiro, que, temendo a tomada do poder pelos comunistas, se manifestou contra João Goulart, após cuja queda clamou o povo às forças armadas, que assumiram o poder. Há, no documentário, muitos dados esclarecedores, dados que contestam, com base em documentos, tanto a versão narrada pelos esquerdistas, quanto à narrada pelos militares. É tal documentário uma obra de gente séria, lúcida, que assumiu o compromisso de estudar a fundo o tema, sem deturpá-lo para correspondê-lo a esta ou aquela ideologa. Não há ufanismo. É um documento histórico. Sendo assim, dada a seriedade de seus realizadores, por que, então, provocou tal documentário reação hostil virulenta, e de pessoas que nem sequer o assistiram? Por que, infelizmente, muita gente, reduzida à condição de cães de Pablov, perdeu o dom da inteligência: bastou tal gente ler, no cartaz, '1964', que se esgoelou, babando de ódio: "É filme de torturadores! Querem a volta do regime militar!' e outras sentenças de igual teor. Os militares não o apreciaram porque não foram enaltecidos; os esquerdistas, porque tal documentário não encampa a versão esquerdista da história, versão, esta, que, em mal prosa e péssima poesia, dá como heróis os revolucionários comunistas, que treinados e financiados pelos governos de Cuba, China e União Soviética, almejavam fazer do Brasil um Gulag tropical.
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Fim do monopólio esquerdista.
Até não há muito tempo, os esquerdistas detinham o monopólio do discurso, e dele eram muito ciosos. Qualquer voz dissente era silenciada de imediato. Este tempo acabou. Hoje, embora influentes, eles não detêm o controle da narrativa.
Seus discursos acerca dos governos militares não enfrentraram oposição sistemática até há cinco, seis anos, quando se deu o advento de multidão de estudiosos que não saíram dos ninhos socialistas. E entenderam os esquerdistas que os mitos socialistas passaram a ser acolhidos como histórias da carochinha, e seus heróis, desmitificados, cuja aura nobre desfez-se aos olhos de todos, vistos como os seres desprezíveis que são.
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Para dar aos seus relatos ares de representação fiel da realidade brasileira dos anos em que o Brasil se viu sob os governos militares, os comunistas suprimem todo elemento inconveniente.
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Os governos militares cometeram crimes, dizem, dentre eles assassinatos e torturas. Têm-se, a respeito de torturas, se perguntar se elas eram políticas de governo, se havia diretriz do governo militar incentivando os militares a praticá-la, se era política sistemática (como, por exemplo, o que havia na União Soviética: prisão e encarceramento em campos de concentração de dissidentes, que eram submetidos a maus-tratos), ou casos isolados perpetrados sem o conhecimento do governo central.
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Ninguém há de dizer que os governos militares de 1964 a 1985 criaram, no Brasil, o paraíso. Nas circunstâncias da época, os militares, ao atender ao clamor popular, fizeram um imenso bem ao Brasil. No entanto, segundo Olavo de Carvalho, eles acabaram por instalar um governo tecnocrático e não combateram o comunismo, que, disseminando-se, livremente, nas universidades, na imprensa e nas manifestações culturais populares, fortaleceram os comunistas, que, ao fim do regime militar, não se depararam com obstáculos em sua ação de subverter a realidade brasileira, degradando-a. O Brasil estava, nos anos 1960, em vias de ser esmagado pelo martelo e ter ceifada a vida por uma foice, dois instrumentos comunistas que causaram flagelos inimagináveis desde que foram forjados no forno de intelctuais e políticos um século antes. História similar à do Brasil vivenciou o Chile com o Pinochet. Não atuassem, no Brasil, os militares, e, no Chile, o Pinochet, para evitar a tomada do poder, pelos comunistas, de seus respectivos países, o Brasil e o Chile, hoje, pode-se imaginar, estariam em situação equivalente à de Cuba e à da Coréia do Norte, ambos os dois países sob governo comunista.
Os militares, no Brasil, e Pinochet, no Chile, entregaram o poder aos civis, e ambos os dois países se redemocratizaram, e não por ação dos movimentos de esquerda, aos quais o Brasil nada deve. E Cuba e Coréia do Norte comunistas!? Estão, até hoje, sob a foice e o martelo comunistas.
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A liberdade, segundo os socialistas.
Para os socialistas é tolerante, respeitável, toda pessoa que subscreve, passivamente, a narrativa socialista e reverencia os heróis socialistas, atribuindo-lhes poderes divinos; a pessoa que deles ousa divergir é intolerante, intransigente, anti-democrática.
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Os socialistas entendem que a liberdade é sinônimo de submissão ao ideal socialista.
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Muitos dentre os que, em nome da Liberdade e da Justiça, condenam o regime militar, propõem para o Brasil um regime político totalitário, de matriz comunista, ocupando a cadeira de presidente um genocida da estirpe de Stálin, Mao e Pol Pot, diante do qual se curvariam, gostosamente, e cujos pés beijariam, amavelmente. Tais pessoas cultuam o diabo, não é exagero dizer.
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O nazismo não é de direita, nem de esquerda. É nazista.
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Muitos dentre os que condenam o regime militar brasileiro sonham com um Brasil sob governo autoritário, totalitário, comunista, com um genocida da estirpe de Stálin a ocupar a cadeira de chefe plenipotenciário.
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Políticos e intelectuais de esquerda contam uma versão da história do regime militar brasileiro. A que os agrada. Nela, os socialistas e os comunistas são heróis impolutos, e os militares, vilões desumanos. Ninguém há de negar que militares perpetraram atos reprováveis. E ninguém minimamente informado acerca daquele período da história brasileira ignora a ação deletéria de revolucionários comunistas, que, treinados em Cuba, financiados por União Soviética e China comunistas, almejavam, atendendo ao clamor do comunismo internacional, instalar, no Brasil, um governo totalitário nos moldes do que Fidel e Che erigiram em Cuba.
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A História é uma só; todavia, há inúmeras versões dela, e para todos os gostos. A pessoa que dá uma delas como sendo a correta e recusa toda e qualquer contestação, assume postura de intransigência e intolerância, atribuindo-se poderes oniscientes, pois se tem na conta de ser dotado de inteligência que lhe permite conhecer todos os elementos que compõe a História.
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Lucy, com direção e roteiro de Luc Besson, e estrelado por Scarlett Johansson e Morgan Freeman.
Nesta resenha, não me estenderei, pois tal filme não merece mais do que algumas linhas, poucas.
A premissa do filme é tola: os humanos usamos apenas dez por cento da nossa capacidade intelectual.
Lucy (Scarlett Johansson), carrega, no ventre, literalmente, um pacote da droga sintética CPH4. É apanhada, e, quando surrada, rompe-se o pacote, e a droga, em contato com o organismo de Lucy, o altera, a ponto de aprimorá-lo, até que, no transcurso de horas, adquire Lucy domínio de toda (100%) a sua capacidade intelectual.
Durante o curso dos eventos, Lucy, já dotada de 40%, 50%, de seu poder cerebral, recorre, confusa, ao professor Norman (Morgan Freeman), em busca de orientações. É risível tal dado do roteiro. Por que uma pessoa, Lucy, que usa 50% do cérebro, recorreria a uma pessoa, professor Norman, que usa apenas 10%?
Enfim, ao final do filme, Lucy, numa cena que, é visível, foi criada sob influência de desenhos animados japoneses, assume, ao atingir os 100% de seu poder cerebral, aparência teratológica. Aqui, está claro, ela adquire o poder de um deus, melhor, uma deusa.
A inteligência de Deus, conclui-se, ao final do filme, é apenas dez vezes superior à humana.
O filme é uma desarrazoado sem fim, quero dizer, do começo ao fim. Apenas um panfleto progressista extraordinariamente patético.
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Não há nenhum mal em ser ignorante. Ignorante todo mundo é. O mal está em orgulhar-se da própria ignorância e viver a reprovar a ignorância alheia.
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É fácil ser canonizado pelos esquerdistas: basta ser um bandido e morrer nas mãos de policiais.